quinta-feira, 29 de julho de 2010

Descansa em paz


Partiu esta noite António Feio, um dos Homens que vive nas entranhas da minha memória de petiz, de adolescente e de jovem adulta. Partiu, tendo sido vencido pela doença que mais seres humanos tem arrastado consigo, o cancro. Mas ensinou-nos a partir sorrindo. Ensinou-nos a lutar. A falar sem rodeios daquilo que sentimos e vivenciamos. A partilha, por vezes, ajuda a tornar a realidade mais sofrível. Continua a sorrir onde quer que estejas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Não gosto


De pessoas chatas. De acordar com o despertador. De acordar meia hora antes do despertador tocar. De batatas cozidas. Da saudade. Da inveja. De favas. De cor-de-laranja. De amarelo. De andar a pé com o calor. De ser desiludida. De discussões. De palavras secas. De licor beirão. De whisky. De limpar a casa. De ser mandada. De crianças a partir dos 2 anos. De gola alta. De saias. De carteiras pequenas. De anéis. De água fria no banho. De ir ao cinema. De estar longe de quem amo. De estar sob pressão. De tomar medicação. Da minha mãe a berrar mal me vê pela manhã. Da João não usar a net. Da Joana ser mais conhecida que o arroz de quinze. De falsidade. De injustiça. De engolir sapos. De calçado fechado no verão. De anéis de curso. De chorar. De frango caseiro. De quem fala mal de Enfermagem. De pão seco. De Becel. De arrumar a cozinha. De fazer o que quer que seja em casa. De coca-cola. De nuggets. De fazer noite no hospital. De ter que recomeçar do zero.

Eu gosto


De uma mulher bonita e bem arranjada. De um homem perfumado e acabado de tomar banho. Do cabelo da João. Do olhar da Joana. Do beicinho do Martim. Das palavras do Fernando. Dos meus olhos. De unhas arranjadas. De preto. De cabelo comprido. De sol. De chuva. De ler. De escrever. De preguiçar. De chorar de alegria. De comer. De gelados. De crepes. De bacalhau com natas. De cabrito. Beber uns copos com os amigos. Sambar. De séries. De crescer. De sentir que sou capaz. De leite simples e frio. De frize limão. De estar sozinha. De colo. De mensagens inesperadas. Do Douro no Outono. De Vila Real. Da luz do dia. De falar. Do silêncio. De calças. De relógios. Da pulseira Pandora. De pulseiras baratas e barulhentas. De batatas fritas. De CBO. De comida chinesa. De Kebab. De estudar. De não pensar. De decotes. De brincos compridos. De estar sozinha em casa. De acordar tarde. De ser desarrumada. De ser exigente. De dizer tudo o que penso. De ser eu, de vez em quando.

sábado, 17 de julho de 2010

Missa Branca




E estes 4 anos terminaram assim.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Licenciada em Enfermagem

E depois de 4 anos de muito trabalho, finalmente, sou Licenciada em Enfermagem. Ainda não estou mentalizada de que a minha vida acabou de se modificar drasticamente, ainda não consigo dizer "sou enfermeira" em vez de "sou aluna de enfermagem". Foram 4 anos de coisas boas e más, mas principalmente de muitas aprendizagens. Foi bom. Parabéns a nós:)!

domingo, 4 de julho de 2010

Vergonha

Eu merecia ser feliz, merecia este mundo e o outro, o sol nas minhas mãos e estalar os dedos para que a chuva parasse de cair. Por tudo aquilo que sou, pelo que dou aos outros, pelas pessoas que cativei e marquei, eu merecia ser feliz. Cresci em linha recta, na responsabilidade, na luta por objectivos bem delineados, e não falhei. E, por isso, eu merecia ser feliz. Mas o que recebo em troca, é a certeza de que o meu rosto de cobriu de vergonha e já não consigo erguer a minha cabeça. Merecia ser feliz, mas não sou. Não sou, porque as pessoas que me deveria fazer feliz, não me tratam com o devido respeito que eu merecia.