domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais um ano



Este...diferente, vazio, tão estranho que nem o sinto como meu.

Obrigada.

Edição: 01/03/2010

Mais uma primeira vez


Há uma primeira vez para tudo na vida. Agora chegou a hora da minha primeira "noite". Pela primeira vez senti-me um peixe fora de água dentro daquele hospital. A escuridão, os barulhos que nem se sabe bem de onde vêm, a ausência de vida... E as intermináveis 10 horas de turno que teimam em não passar. Como todas as experiências, fazem parte da vida, e umas são mais agradáveis que outras. Ao entrar em casa perto das 9h da manhã, senti um cansaço imenso, as pernas já não obedeciam às minhas ordens e o meu cérebro repetia constantemente, fecha os olhos e adormece.
Agora, com o sono todo trocado, e ainda muitas horas por dormir, só penso que amanhã...amanhã...vou fazer noite de novo. E eu que gosto tanto da minha caminha.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Procuro o meu eco...

Reflexões


Duas décadas e dois anos. Quase.
Sou o tipo de pessoa que não esquece as bases dos seus alicerces.
Apegada ao passado, consigo descrever os momentos e as pessoas que me fizeram sentir gente, e que ainda hoje fazem o meu coração chorar de preocupação, carinho e saudade.
Não sei como simplesmente largar o fio condutor que fez de mim a pessoa que sou hoje. Não sei cortar raízes, virar costas e partir.
A vida pode ser descrita como um contínuo processo de aprendizagem. Aprendemos a caminhar, a falar, a sentir, a amar, a lutar...não sei se realmente algum dia aprenderemos a viver, a viver no adeus a quem amamos, no adeus ao que um dia nos fez feliz. Seja pela morte, seja pela ausência, pela distância, pelo rancor e a inimizade. Há muito que sinto falta de um carinho profundo, sincero, presente, constante e, sobretudo, fiel a tudo o que os ventos da vida nos trazem.
A alma fica ausente e presa num qualquer lugar que não o meu corpo. E numa tentativa louca fecho os olhos e tento acreditar que tudo será simples quando voltar à realidade. Que não estarei mais sozinha, no meio de toda esta gente. Quando o que realmente importa não está perto, nada faz sentido. Quando o que realmente amamos, apenas é feliz sem o nosso amor, há um sentimento de impotência e frustração imenso.
Poderia revelar-me segura do que sou, do que desejo. Mas a minha única segurança é a solidão. E essa, não é socialmente aceitável.
No espelho, já não consigo reconhecer quem sou, quem procuro, o que busco. Faltas-me. Falta-me o sorriso, a verdade e a certeza de que depois do temporal, tudo ficaria no lugar onde sempre esteve. Mas já nada está no seu lugar. Não sei se posso reescrever o destino, mas se este for aquele que me calhou na sina, então já o sei de cor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Adoro

Sugam-nos a paciência, devoram-nos os ossos e os músculos, rasgam-nos sorrisos, devolvem-nos a alma, a paz, a vontade de ser mais e melhor, arrancam-nos lágrimas, apertos de mão e, por vezes, até nos atiram um valente "filha da ....".
Nem sempre os dias que trilhamos são iguais aos desenhados a pincel e carvão na nossa mente. Sei-me tantas vezes deturpada em caminhos confusos e estreitos. Perco-me com a facilidade de uma criança que ainda não conhece o chão. A vida permite os ensaios jamais programados do ser gente. A procura e o encontro, entre tantos desvios que culminam num único sentido. Nem sempre é fácil reconhecer a verdade, a dolorosa verdade, de que tudo pode estar nas nossas mãos, menos a nosso própria vida. Dias após dias, tudo vai e tudo vem, tantas vezes pequenas efemeridades que tornam a nossa existência mais suportável e sofrível. Dor nas entranhas, medo, frio, sensação de impotência. Não é fácil… nem sempre é fácil o sorrir desmedido, livre de preocupações ou porquês.

Se neste momento me sinto de alma pesada e coração vazio, amanhã tudo poderá mudar e eu poderei vencer. Amanhã, poderá já não mais chover, o sol poderá brilhar e tu, poderás ver para além do que a vida nos negou. Sei que me perco e me encontro mesmo sem sair destas quatro paredes, rodeada de momentos e recordações. Sinto-me um bicho abandonado e espezinhado. Mas amanhã, poderei ser rainha tal qual gata persa em sua poltrona. Os meus olhos indecisos entre o castanho e o verde podem não fazer perder de amor a mais fraca alma, mas fazem tremer de receio o melhor dos mentirosos.

Estou perder-me em mim mesma.

Faculdade I



O tempo passa. Sinto que está próximo o fim. Quase lhe sinto o gosto, o cheiro. É com ansiedade, com desejo, que o vejo aproximar-se. É a pensar que está próximo que me motivo a continuar. Mas no quadrante superior esquerdo do coração, algo bate forte, muito forte. Ganhei conhecimentos, cresci, conquistei vitórias e encarei várias derrotas, bebi quase até cair para o lado, fiquei sóbria a rir-me dos outros, conheci professores para uma vida, outros para o livro de anedotas, fiz amigos e inimigos, enganei-me e enganaram-me, fui traída, fui assediada, diverti-me a aborreci-me. Aprendi que a melhor parte de se ser Enfermeiro é o carinho que os utentes nos dão. Aprendi que sozinhos não somos nada, nem podemos nada. Acampei pela primeira vez e repeti-o. Descobri que dormir com a João e a Joana é uma bela aventura. Percebi que não sou fácil, nem enquanto pessoa, nem enquanto aluna. Aprendi a estar longe.

Desta viagem, que ainda tem um longo percurso a caminhar, sei que vou levar:

  • Um canudo. Não sei se servirá de muito. Mas vou poder ser a profissional que gostava que tivessem sido para comigo.
  • A Joana. A sua vaca. Os seus porcos. A ovelha choné. A carrinha que ela não sabe conduzir. Os chás no CC. As discussões. As pazes.
  • A João. Predilecção de mulher. As idas ao shop. O arroz. A calma. A vontade de oferecer dois estalos.
  • O meu quarto. Choro. Riso. Concretização. Medo. Frio. Colo. Música. Velas. Incenso. Fotos. Sonho realizado.
  • Desilusões. Todas e mais algumas.
  • Hélder. Riso. Amizade. Diversão. Patetices. Douradinhos. FarmVille.
  • Ana Luísa. Timidez. Crescimento. Boa vontade. Disponibilidade. Compreensão.
  • Leonel. Luta. Coração. Sinceridade. Quis ir mas soube voltar. Cabeça erguida. Força. Vida. Sorrisos.
  • Xots. Noites. Dança. Samba. Reencontros. Pastel de nata. Kripton. Moranguito. Orgasmo. Santos. Joana louca ao vê-lo. Prof dj.
  • Kopos. Olhos fechados. Azevedo. Vodka limão. Wonderwall. Dança. Enfermagem. Escadas.
  • Sofá. Vodka. Sumo. Pernas que não se aguenta de pé.
  • Privacidade.
  • Promessas.
  • Presenças.
  • Visitas.
Um sabor que só eu sei sentir.

02 de Fevereiro de 2010

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O recomeço


Olá,
Sou há anos uma alma que vagueia por caminhos mais ou menos confusos neste circo a que muitos chamam vida. Já tive imensos blogs, já caminhei sozinha e já partilhei esse caminho. Nem sempre correu bem. Sou impaciente, empolgada, exigente e tenho espírito de liderança. Sou difícil de agradar e difícil de combater. Neste momento, preciso de rezas e mésinhas para deitar o mau agoiro fora, virar as costas aos punhais que me cravam no ser, à dor que me tentam impingir. Neste momento, preciso apenas de ar puro e fresco, renovar horizontes e agarrar tudo o que tenho com unhas e dentes. Amar, amar e amar. Deixar de lado as energias negativas, os rancores, os desamores. E não há nada como começar pelo nosso próprio pé.

Bem-vindos.