terça-feira, 22 de junho de 2010

Tens o tempo de um cigarro...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Confissões

Sabes uma coisa? Sempre que me senti cansada, soube respirar fundo e aguentar a teu lado. Soube esperar, embora chorando, que tudo ficasse melhor, que as dúvidas se dissipassem, e que tudo voltasse a ser como antes. Agora, que mais uma vez te cansas de mim, colocas-me na prateleira dos brinquedos preferidos. Mas desta vez, eu não sei se consigo esperar. Bati no chão por segundos e logo tive quem me levantasse. E, de certo, que não foste tu. Sinto desilusão e vergonha. Mas sinto ainda mais vontade de não fraquejar. Se eu consegui, porque não consegues tu? Afinal de contas, a fraca sou eu, a criança, a impulsiva, a impaciente. Mas eu soube...eu soube sempre lutar e permanecer. Não deveria. Deveria ter desistido para que sentisses o que sinto agora, que não valho o suficiente para que lutes pelo que sou. Mas não é verdade, eu era a única coisa certa que tinhas. A ver vamos...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Se ao menos soubesses

como gosto de ti. Como não consigo querer dizer adeus ao teu sorriso. Sei que nunca vens aqui, mas se viesses, gostava que sorrisses. Se ao menos eu soubesse ser quem tu precisas, tudo seria mais fácil. Na verdade, tudo farei para o conseguir. Dizer adeus é difícil demais para que eu pense nisso. Se tu soubesses, virias dar-me a mão agora e dizer que me amas. Se tu soubesses, como apenas preciso de um pequeno abraço teu para ficar melhor. Se tu soubesses que eu gostava que lutasses por mim como luto por ti. Se tu soubesses...talvez não fosse a mesma coisa.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Não quero chorar, mas as lágrimas caem em cascata pelo meu rosto. São lágrimas grossas, salgadas, doridas. E eu tento parar. Tento...tento...mas não consigo. A ansiedade, o medo, o desgosto e a desilusão, estão a consumir a pouca energia que me resta. E eu que já pareço não saber rezar, encolho-me em posição fetal, entre os lençóis e, de terço na mão, procuro um conforto e as respostas que tanto preciso. Mas nada recebo. Não estou a conseguir ver com clareza, e sozinha, sei que não vou conseguir. É tão dura a realidade e eu já não sou forte, já não sou capaz. Isto se é que algum dia o fui. Não quero cair, mas já sinto o frio e a dureza do chão por debaixo do meu corpo. Se ao menos amar fosse bom, se ao menos amar de todo o coração fosse apaziguador e relaxante. Se ao menos eu entendesse porque tenho esta capacidade de amar e, no entanto, não consigo ser feliz. E por mais que eu lute, e por mais que eu faça e tente, nada parece estar bem, nada parece estar no seu devido lugar. E eu já não sei o que tenho de verdade, já não sei qual é a verdade. Se eu pudesse partir, partiria. Talvez deixasse alguma saudade. Talvez finalmente o meu pequeno mundo percebesse que não tenho toda a culpa por tudo fracassar, porque eu lutei, ainda luto, mas já não tenho forças para continuar a lutar.

sábado, 5 de junho de 2010

O pavor de perder. Sinto o corpo tremer, quase no limite de suportar o meu próprio peso, a consciência do previsto e do imprevisto. Se por detrás do cigarro a arder sozinho no chão de um caminho tantas vezes trilhado, me contassem que os impulsos, a irracionalidade e a falta de sensatez conduziriam a tal turbilhão, rapidamente teria fugido para longe de mim mesma. Senti o pavor de perder tudo. O cheiro da relva em pleno dia de verão, a excessiva transpiração de quem transpira medo, ansiedade, a terra na minha roupa e o meu corpo sobre o chão, fazem-me sentir que não voltarei a desafiar o destino daquela maneira. Se em algum momento faltaram certezas, na desgraça, todas elas apareceram, sem deixarem margem para questões, incertezas.