quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desejos


Está a terminar 2010.
Deste ano levo o oito e o oitenta da vida. Levo a realização de sonhos, acontecimentos esperados que se realizaram inesperadamente, vitórias, crescimento, parte da minha realização profissional, fortalecimento de amizades, perda de outras.
Este ano caí como sempre pedi para Deus não me deixar cair. E sei que de repente, quando tudo era escuro, algo melhorou, algo trouxe uma paz que nunca tinha tido. Talvez a chama dessa paz seja ténue e logo esmoreça, mas a verdade é que ela existiu por momentos este ano.

Se me é permitido ter desejos, peço para conseguir um trabalho na minha área; para que o Martim cresça feliz e saudável sorrindo cada vez mais cada vez que lhe faço caretas; que a Joana consiga roubar o amor do Príncipe lá na Inglaterra e que seja feliz e que me recorde; que a João consiga encontrar a sua realização profissional e pessoal e que me guarde sempre num cantinho no seu coração; que nós continuemos assim e cada vez mais; que quem diz gostar de mim perceba que o caminho é para cá e não para longe, que quem sente amizade a deve preservar; que a Gia e o Bai não envelheçam muito este ano porque não sei lidar com o passar do tempo deles; que os meus pais continuem chatos sinal de que está tudo bem; que as pessoas sejam mais honestas, solidárias, sinceras e rectas.

Promessa: manter a chama da fé que me faz adormecer todos os dias e permanecer igual a mim mesma, contra tudo e todos.

Será pedir muito?
Sonhos não tenho, nem quero ter.

Pandora...Pandorinha...


Vaquinha:D

sábado, 25 de dezembro de 2010

Prenda de mim, para mim!


E estou a deliciar-me como há muito não me deliciava a ler um livro. Faz-me sorrir...às altas horas da madrugada:).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Parece que é altura disto...


Queria desejar a estes pouquinhos que, ao longo do ano, vão passando por este meu cantinho para me "ouvirem" no silêncio de tantas palavras, um Feliz Natal. Que este Natal seja vivido junto de quem mais amam, sem a nuvem negra da "crise económica" ou de outros pesadelos, afinal de contas, o que realmente importa é o que sentimos dentro do coração. Imagino que não haverá prenda melhor do que uma boa dose de amor e carinho:).

Este ano, pela primeira vez, o meu Natal vai ter um menino Jesus, o Martim. E por isso, e só por isso, vos deixo o Pai Natal mais giro e sexy de todos :D!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Raiva

O ócio faz de mim temerosa, temerosa por saber que um dia, mesmo sem emprego, posso ir na rua e alguém precisar de mim. O ócio dá-me tempo suficiente para pensar nas responsabilidades que a minha profissão acarreta. O peso dessa responsabilidade, para mim, é tão grande, que ainda hoje, volvidos uns 5 meses, ainda me sinto aluna. Parece não soar bem a melodia da palavra profissional...ou talvez seja apenas e tão só, o medo.
Tudo isto me faz sentir Humana, e por ter um coração tão grande, sofro com as pequenas cenas tristes de um filme, em que um velhinho sofre ou uma criança cresce sem amor.
Mas a raiva a que me refiro, advém não da minha responsabilidade enquanto profissional, não da minha humanidade, não da minha bondade. Surge quando ao desfolhar as páginas do jornal, entre aquele cheiro particular e sua textura desconfortável, leio acerca de mães que afogam bebés em ribeiras, de pais, jovens pais, que esbofeteiam, pontapeiam, matam bebés de 6 meses ou isso. Essas coisas, que me fazem ter medo de perder aqueles que amo, por estupidez de alguém. Essas coisas que me fazem ir na estrada, como passageira, atenta a tudo o que acontece, temendo que uma alma desenfreada faça aquilo que tantas vezes vemos fazerem a outros. E é nesses momentos que sinto raiva, raiva por não compreender o Homem, e a sua capacidade para ser tudo aquilo que não deveria.
Hoje, ao ler a notícia sobre esse pai que matou o seu próprio bebé, olhava para a fotografia da criança colocada na notícia de falecimento, e imaginava como será sermos agredidos sem sequer termos ainda aprendido a mastigar, a falar, a andar, sem termos sequer dentes para de alguma forma nos defender de quem nos ataca. Não consegui deixar de pensar em como o sorriso do meu sobrinho que me apoquenta o coração, com receio de que algum dia, alguém lho possa roubar.

Lia, também hoje, Pedro Abrunhosa que, quando questionado sobre se considera que Deus não existe, respondia ser impossível afirmar isso, quando tantas pessoas vivem com Deus no coração e têm fé. Realmente, não somos ninguém para dizer que algo não existe. E eu...eu que sempre tive a minha fé, não resisto, nestes momentos, a questionar-te Senhor: "Onde estavas Tu?".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Poderia escolher vários.


Hoje escolho aquele dia. One year ago.

Obrigada.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tempos da Universidade

Os 4 anos da Universidade foram cheios de falsidade, desde o chão da casa, ao ar, aos "dados" de actos e factos, à Escola, entre muitas outras coisas. Sou feliz por ser alguém capaz de conseguir ver entre os buracos de queijo suíço que foram estes anos e saber, que apesar de tudo, consegui vitórias e conquistas para a vida. Trago em mim silêncios que representam as amizades que mais valorizo, porque apesar de ser faladora, adoro o silêncio de quem diz "gosto de ti" com um sorriso ou o olhar, e sou feliz por saber que tenho pessoa que entendem o meu silêncio. Trouxe vitórias porque sei que sempre me esforcei por ser eu mesma, não um reflexo distorcido daquilo que sou. Não precisei de a "General", a "mãe", a "noitadas", a "bêbeda", a "papa bichos de duas patas", a "EU SOU EU EXISTO E OS OUTROS SÃO TODOS MAIS BURROS QUE EU", não precisei nunca de encontrar pessoas intelectualmente inferiores para no meio delas poder sobressair. Não precisei de nada disso para ser uma futura profissional feliz, digna, responsável, e acima de tudo, com os poucos melhores amigos do mundo. E curioso, nunca deixei de fazer nada daquilo em que acreditava nem de ser quem sempre fui. Obrigada a esses poucos que são tudo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pequenos passinhos em frente...


Ontem, quase que obrigada, lá me enfiei no comboio em direcção a Campanha. À chegada tinha uma familiar que já não via há anos, e que me esperava bem disposta e simpática para me acolher durante a noite. Sim, tudo isto, porque hoje dia 22 de Novembro de 2010, Patrícia Costa enfrentou a sua primeira entrevista de trabalho. Entre chegar ao Hospital Santos Silva e procurar pelo dito local da entrevista, pelas 07h45 da manhã, a chamada rigorosamente efectuada pelos membros do júri às 08h00, a entrevista propriamente dita às 09h00 e pouco....pensava só o quão gosto da minha pequena terrinha. Durante todo o tempo pensava que não queria estar ali. Ai que mal habituada estou. Mas pronto, dos males o menor, a entrevista até correu bem, eu senti-me à vontade e consegui esconder o nervosismo. Agora vamos lá ver. Mas já me sinto uma mulherzinha!:)


Ninguém me quer dar um trabalho em Vila Real? É a minha terrinha do coração...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gostei tanto...

que me apeteceu partilhar:D


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Boas memórias...e uma letra que me derreteeee


domingo, 14 de novembro de 2010

Há coisas lindas...

...não há?

Martim Vicente, Ídolos 2010.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Feridas


O tempo passa e pouco permanece igual. Chego a ser um "coração de tijolo" como alguém um dia me chamou, carinhosamente. Mas sou de tijolo, de cabeça erguida, por ter valores aos quais não fujo nem obrigada. O que amei um dia, amo para sempre, esteja perdido no tempo, na chuva, na terra, no planeta. Lembro como se fosse hoje que senti o mundo acabar quando saí do Colégio, e aquilo que senti, faz-me ainda hoje arrepiar e lacrimejar, como se repetidamente o estivesse a viver. As palavras duras que alguma vez retribuí, sei-as de cor, e não me arrependo. Não me arrependo porque quando falo, falo verdade. Porque sou genuína e isso ninguém conseguirá jamais levar de mim. Martirizo-me quando penso que tenho pessoas verdadeiras e elas se revelam fracas, incapazes de permanecerem iguais a si mesmas, incapazes de agirem de acordo com aquilo que me fizeram acreditar. Não gosto que discutam comigo sobre algo que sei ser mentira ou verdade. Odeio que não podendo ter tudo, não se possa ter parte daquilo que se luta, anseia e deseja. Podem até deixar um vazio, mas a minha sinceridade sempre me levou a, mais cedo ou mais tarde, ouvir um "desculpa-me" ou "tinhas razão". Não dou mais colo a quem quando o sentido muda, e penso que tenho um colo para me sentar, abre as pernas e me deixa bater com o rabo no chão. Boa noite aos demais.

sábado, 30 de outubro de 2010

Memórias presentes de um passado longínquo

Fui aqui há uns dias até ao Colégio Salesiano de Poiares, onde me orgulho de ter sido aluna, falar aos alunos sobre Alimentação Saudável, no decorrer da celebração do Dia Mundial da Alimentação a 16 de Outubro.
Fi-lo não só porque foi solicitada a minha ajuda por pessoas por quem tenho um carinho imenso, como também por mim mesma. Por um lado ia fazer algo de útil para a sociedade, por outro, ia poder voltar ao espaço que mais marcou a minha vida.
Reencontrar aquelas pessoas, perceber de como marquei e fui marcada, espreitar os cantos daquele Colégio onde vivi tanto... não há palavras para descrever como fui feliz naquilo que fiz. Faltavas tu. E eu conseguia ver-te a sair da cantina depois do pequeno-almoço enquanto eu chegava cheia de pressa, para não chegar tarde ao Bom Dia. Consigo lembrar-me de tanto e de tantos. Consigo até ouvir as vozes, reviver aqueles momentos passados. Hoje, fazia-o da janela da sala de professores, onde me sentia uma intrusa, pois a minha alma é e será sempre de aluna.
Um dia, gostava que lá voltássemos. Um dia... gostava de ver que os mais jovens podem viver aquilo que eu lá vivi no passado. Mas acho difícil, os tempos são outros e levaram a mudanças, os próprios jovens de hoje são demasiado diferentes daquilo que nós fomos. Mas gostava...


P.S. - Ver espalhados pelos corredores panfletos onde o meu nome aparecia depois da palavra Enfermeira, fez-me sentir "especial", mas ao mesmo tempo muito pequenina. Pois é pequenina que eu me sinto e sentirei sempre na casa daqueles que me ensinaram a ser tudo aquilo que eu sou hoje.

Azares


Sinto que tenho que ir à "Bruxa". Sinto porque estes últimos meses só podem ser resultado de mau olhado. Infecção Urinária, caroço que teima em não desaparecer, dentes do siso, infecção intestinal. Estou de rastos. Eu, que raramente fico doente, estou de rastos. Estou com uma fome desmesurada porque adoro comer e não o posso fazer. Tenho fome, tenho sede, tenho sono e vontade de poder acordar bem disposta novamente. Não gosto de estar doente, acho que ninguém gosta. Vi-me a ter que dizer à menina estagiária (que me lembrou do meu passado mais recente) que as minhas veias na região do sangradouro não são boas para puncionar, que nas mãos teria mais sorte, mas ela não quis saber e, como tal, tive que me deixar picar duas vezes. Eu...eu que odeio agulhas dirigidas a mim. Eu que quase entrei em pânico e estive tão perto de arrancar aquilo tudo quando percebi que o frasco do soro ia demorar cerca de 2 horas a esvaziar, que o banco me fazia sentir desprotegida, com dores de costas e sem posição para estar. Eu, que como uma criança suspirou de alivio quando vi o meu pai aproximar-se, mesmo que por dois minutos (o porteiro não deixava mais), e me passou a mão pelos cabelos e disse "vou pedir-te uma almofada, estás com dores". Eu sei que é só uma infecção intestinal, mas garanto-vos que senti que ia morrer. E eu não sou piegas. Aguento a dor como ninguém. Estas eram insuportáveis. E agora só penso que quero ir à bela da sandes de leitão e não posso, que quero comer o assado de Domingo da mãe e também não posso. Não gosto de estar doente, já o disse, mas gosto ainda menos quando isso me priva de algo que tanto gosto...comer.

Tenho mesmo que deitar umas pedrinhas de sal para trás das costas...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Actualizando


Acabei o curso fez ontem precisamente dois meses. Continuo sem emprego, sem sequer obter uma única resposta de todas as candidaturas enviadas. No entanto, sinto-me leve, sinto-me em paz, pelo menos comigo mesma. Se tivesse que resumir este ano, diria que foi difícil. Certamente, não foi o mais difícil, mas foi cheio de obstáculos, rasteiras, desilusões, mas também cheio de boas surpresas, superei-me a mim mesma profissionalmente, realizei sonhos, cresci. Nem tudo foram derrotas. E hoje, hoje quero pensar que o copo está meio cheio e não meio vazio. Quero pensar que nada foi em vão, que tudo o que a vida me levou, me dará em dobro. Quero acreditar que o melhor ainda está guardado e que os anos que passaram, não foram mais que o limar de arestas, o trabalhar da base em que irei poder construir a minha vida. Lembro-me dos pilares que me ajudaram a ser quem sou, o Colégio, a família, os amigos de longa data, aqueles que ao ver de longe a longe me abraçam e me fazem recordar de como o tempo do Colégio foi importante para mim, a solidão, Montalegre e as pessoas que lá conheci, Vila Real...tudo aquilo pelo que tive que passar, gosto de pensar que não foi em vão. E hoje, mesmo que "tu" ou "ele/a" não queiram, mesmo que tentem fazer-me desistir, hoje eu vou sorrir. Vou sorrir porque se eu não o fizer hoje que tenho forças, certamente não o poderei fazer amanhã, quando o mundo e a sua crueldade destruírem os poucos sonhos que ainda me restam.
Até amanhã, que hoje, vou tentar ser feliz.

Aiiiiii


A vida seria bem mais bela :D LOL, sem desfazer daquilo que tenho claro, mas todas as pessoas têm as suas pancas, umas são o Clooney, eu prefiro o Jensen Ross Ackles :D e digam lá se não é uma boa escolha, ah?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lies

De todas as coisas que sempre mais me custaram fazer, foi mentir. Não gosto de viver em mentiras, de ser alvo delas, de mentir a alguém. Embora saiba que já o tive que fazer por necessidade, para travar acontecimentos, mesmo que positivos, e impedir que se transformassem em bolas de neve, não gosto de mentiras.
Ultimamente apercebi-me que estou a ser cercada por mentiras, por pessoas falsas, por amizades antigas que se transformaram, sem eu perceber como, num mar difícil de navegar. Ajuízo que não mereço estar no centro deste alvo. Não fiz por merecer, tão pouco já fiz algo do género a alguém. É triste, mas os meus dias têm sido vividos a tentar encontrar o conforto da confiança em quem me rodeia. Vividos a tentar erguer a cabeça e mostrar o meu rosto, sem medo, sem vergonha, sem réstia de mágoa. Mas ela existe, existe e eu sinto-a no coração. Gostava de poder ser a Patrícia impulsiva e confrontar a mentira com a chapada da verdade, mas não posso, mais uma vez tenho que refugiar-me e prevenir os estragos. Mais uma vez, tenho que sorrir quando isso não me apetece, tenho que fingir que o terreno é seguro e não tortuoso.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pontos

Unem linhas. Separam frases dando-lhes entoação. Dão vida aos miseráveis "is" da vida. São marcas de partida e chegada na vida de todos nós.
Prazer, sou a Patrícia, tenho 22 anos e estou num ponto de "merda" da minha vida.
Os acontecimentos recentes fazem-me lembrar que algo de importante aconteceu algures na minha vida para eu ser quem sou hoje. As pessoas que de um momento para o outro, aparecem quando eu mais estou a bater na imundice humana, com problemas e dores maiores que os meus e as minhas, mostram-me como sou fraca por me deixar ir, assim, tão facilmente, na névoa de um cigarro que alguém acendeu e não soube apagar, ou nas águas sujas deste rio (Douro) que já são hoje interesse científico. Sou fascinantemente parva mas, também, eloquente. Consigo sentir as dores daquelas mulheres que caminham descalças acompanhando a procissão, clamando "Socorro" naquela que se torna derradeiramente no frenesim anual de quem não tem mãos a medir com os problemas e nada mais resta senão a ajuda divina. Consigo facilmente achar que deveria fazer o mesmo. Que o terço que dorme comigo todas as noites não é suficiente para afastar os pesadelos nem albergar a racionalidade e a certeza de que sigo o caminho certo. Busco, constantemente, a certeza alheia daquilo que eu, Patrícia, filha de meu pai e minha mãe, sou. Acho-me o pior dos flagelos, mas quando me encontro com pessoas que em algum momento fizeram parte da minha história, sinto-me heroína, viciante, desejável, necessária em horas de dura realidade. Às vezes fazem-me crer que não existem muitas pessoas/mulheres como eu, mas facilmente desfechas esta ilusão com uma chapada de cinco dedos bem assente no meu rosto de bochechas douradas. E eu choro, choro como uma criança, porque a linha recta em que trilhei a minha personalidade, o meu crescimento, não foi para me tornar em apenas mais uma, mas sim para ser Aquela, a que um dia poderão recordar como diferente, mas acima de tudo, como lutadora. E lutadora assim, lamento, mas ainda não vislumbrei mais alguma no espelho.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Descansa em paz


Partiu esta noite António Feio, um dos Homens que vive nas entranhas da minha memória de petiz, de adolescente e de jovem adulta. Partiu, tendo sido vencido pela doença que mais seres humanos tem arrastado consigo, o cancro. Mas ensinou-nos a partir sorrindo. Ensinou-nos a lutar. A falar sem rodeios daquilo que sentimos e vivenciamos. A partilha, por vezes, ajuda a tornar a realidade mais sofrível. Continua a sorrir onde quer que estejas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Não gosto


De pessoas chatas. De acordar com o despertador. De acordar meia hora antes do despertador tocar. De batatas cozidas. Da saudade. Da inveja. De favas. De cor-de-laranja. De amarelo. De andar a pé com o calor. De ser desiludida. De discussões. De palavras secas. De licor beirão. De whisky. De limpar a casa. De ser mandada. De crianças a partir dos 2 anos. De gola alta. De saias. De carteiras pequenas. De anéis. De água fria no banho. De ir ao cinema. De estar longe de quem amo. De estar sob pressão. De tomar medicação. Da minha mãe a berrar mal me vê pela manhã. Da João não usar a net. Da Joana ser mais conhecida que o arroz de quinze. De falsidade. De injustiça. De engolir sapos. De calçado fechado no verão. De anéis de curso. De chorar. De frango caseiro. De quem fala mal de Enfermagem. De pão seco. De Becel. De arrumar a cozinha. De fazer o que quer que seja em casa. De coca-cola. De nuggets. De fazer noite no hospital. De ter que recomeçar do zero.

Eu gosto


De uma mulher bonita e bem arranjada. De um homem perfumado e acabado de tomar banho. Do cabelo da João. Do olhar da Joana. Do beicinho do Martim. Das palavras do Fernando. Dos meus olhos. De unhas arranjadas. De preto. De cabelo comprido. De sol. De chuva. De ler. De escrever. De preguiçar. De chorar de alegria. De comer. De gelados. De crepes. De bacalhau com natas. De cabrito. Beber uns copos com os amigos. Sambar. De séries. De crescer. De sentir que sou capaz. De leite simples e frio. De frize limão. De estar sozinha. De colo. De mensagens inesperadas. Do Douro no Outono. De Vila Real. Da luz do dia. De falar. Do silêncio. De calças. De relógios. Da pulseira Pandora. De pulseiras baratas e barulhentas. De batatas fritas. De CBO. De comida chinesa. De Kebab. De estudar. De não pensar. De decotes. De brincos compridos. De estar sozinha em casa. De acordar tarde. De ser desarrumada. De ser exigente. De dizer tudo o que penso. De ser eu, de vez em quando.

sábado, 17 de julho de 2010

Missa Branca




E estes 4 anos terminaram assim.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Licenciada em Enfermagem

E depois de 4 anos de muito trabalho, finalmente, sou Licenciada em Enfermagem. Ainda não estou mentalizada de que a minha vida acabou de se modificar drasticamente, ainda não consigo dizer "sou enfermeira" em vez de "sou aluna de enfermagem". Foram 4 anos de coisas boas e más, mas principalmente de muitas aprendizagens. Foi bom. Parabéns a nós:)!

domingo, 4 de julho de 2010

Vergonha

Eu merecia ser feliz, merecia este mundo e o outro, o sol nas minhas mãos e estalar os dedos para que a chuva parasse de cair. Por tudo aquilo que sou, pelo que dou aos outros, pelas pessoas que cativei e marquei, eu merecia ser feliz. Cresci em linha recta, na responsabilidade, na luta por objectivos bem delineados, e não falhei. E, por isso, eu merecia ser feliz. Mas o que recebo em troca, é a certeza de que o meu rosto de cobriu de vergonha e já não consigo erguer a minha cabeça. Merecia ser feliz, mas não sou. Não sou, porque as pessoas que me deveria fazer feliz, não me tratam com o devido respeito que eu merecia.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Tens o tempo de um cigarro...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Confissões

Sabes uma coisa? Sempre que me senti cansada, soube respirar fundo e aguentar a teu lado. Soube esperar, embora chorando, que tudo ficasse melhor, que as dúvidas se dissipassem, e que tudo voltasse a ser como antes. Agora, que mais uma vez te cansas de mim, colocas-me na prateleira dos brinquedos preferidos. Mas desta vez, eu não sei se consigo esperar. Bati no chão por segundos e logo tive quem me levantasse. E, de certo, que não foste tu. Sinto desilusão e vergonha. Mas sinto ainda mais vontade de não fraquejar. Se eu consegui, porque não consegues tu? Afinal de contas, a fraca sou eu, a criança, a impulsiva, a impaciente. Mas eu soube...eu soube sempre lutar e permanecer. Não deveria. Deveria ter desistido para que sentisses o que sinto agora, que não valho o suficiente para que lutes pelo que sou. Mas não é verdade, eu era a única coisa certa que tinhas. A ver vamos...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Se ao menos soubesses

como gosto de ti. Como não consigo querer dizer adeus ao teu sorriso. Sei que nunca vens aqui, mas se viesses, gostava que sorrisses. Se ao menos eu soubesse ser quem tu precisas, tudo seria mais fácil. Na verdade, tudo farei para o conseguir. Dizer adeus é difícil demais para que eu pense nisso. Se tu soubesses, virias dar-me a mão agora e dizer que me amas. Se tu soubesses, como apenas preciso de um pequeno abraço teu para ficar melhor. Se tu soubesses que eu gostava que lutasses por mim como luto por ti. Se tu soubesses...talvez não fosse a mesma coisa.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Não quero chorar, mas as lágrimas caem em cascata pelo meu rosto. São lágrimas grossas, salgadas, doridas. E eu tento parar. Tento...tento...mas não consigo. A ansiedade, o medo, o desgosto e a desilusão, estão a consumir a pouca energia que me resta. E eu que já pareço não saber rezar, encolho-me em posição fetal, entre os lençóis e, de terço na mão, procuro um conforto e as respostas que tanto preciso. Mas nada recebo. Não estou a conseguir ver com clareza, e sozinha, sei que não vou conseguir. É tão dura a realidade e eu já não sou forte, já não sou capaz. Isto se é que algum dia o fui. Não quero cair, mas já sinto o frio e a dureza do chão por debaixo do meu corpo. Se ao menos amar fosse bom, se ao menos amar de todo o coração fosse apaziguador e relaxante. Se ao menos eu entendesse porque tenho esta capacidade de amar e, no entanto, não consigo ser feliz. E por mais que eu lute, e por mais que eu faça e tente, nada parece estar bem, nada parece estar no seu devido lugar. E eu já não sei o que tenho de verdade, já não sei qual é a verdade. Se eu pudesse partir, partiria. Talvez deixasse alguma saudade. Talvez finalmente o meu pequeno mundo percebesse que não tenho toda a culpa por tudo fracassar, porque eu lutei, ainda luto, mas já não tenho forças para continuar a lutar.

sábado, 5 de junho de 2010

O pavor de perder. Sinto o corpo tremer, quase no limite de suportar o meu próprio peso, a consciência do previsto e do imprevisto. Se por detrás do cigarro a arder sozinho no chão de um caminho tantas vezes trilhado, me contassem que os impulsos, a irracionalidade e a falta de sensatez conduziriam a tal turbilhão, rapidamente teria fugido para longe de mim mesma. Senti o pavor de perder tudo. O cheiro da relva em pleno dia de verão, a excessiva transpiração de quem transpira medo, ansiedade, a terra na minha roupa e o meu corpo sobre o chão, fazem-me sentir que não voltarei a desafiar o destino daquela maneira. Se em algum momento faltaram certezas, na desgraça, todas elas apareceram, sem deixarem margem para questões, incertezas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Calorzinho no coração

"Claro que me recordei e recordo de ti. Seria provável que nos esquecêssemos de muitos alunos, e ainda por cima pelo facto de não ter sido teu professor, creio, no entanto a tua pessoa deixou marcas significativas na Escola, porque soubeste viver esta Escola, através da amabilidade e simpatia, da participação em actividades como a dança e da responsabilidade no estudo, onde te distinguiste. Foi uma passagem bastante positiva e, por isso, enquanto a memória me ajudar, pessoas como tu continuam a ser recordadas." (P.S.)

Hoje, estas pequenas frases, vindas sem que eu contasse, sem que eu imaginasse, aqueceram-me a alma, o coração e deram brilho ao meu ego. Como é bom recordar os tempos do Colégio. Como é bom reacender a chama de todas as emoções e sentimentos que lá vivi. Apenas, o regressar, se torna doloroso. Lá, fui obrigada a dizer adeus às pessoas mais especiais e importantes que conheci até hoje.
Consegui reviver o amanhecer a caminho do Colégio, o som da campainha, dos passos dos alunos a enfileirarem-se, o teu cheiro, o teu sorriso, a companhia. A dança. O vólei. Os pés descalços. Saudade, tudo se resume nisso, saudade.

domingo, 23 de maio de 2010

Rugas

"Não importa que tenhamos muitos anos de idade, desde que tenhamos memórias". Dizia Artur Agostinho. E eu, no refúgio destas quatro paredes, relembro mais uma vez, como gosto de rugas. Não porque acho que ser idoso seja a fase final da vida. Mas porque acho que os idosos trazem espelhado no olhar a dor, as aprendizagens, os arranhões, a força, a alma incansável de lutar, a capacidade de amar. Memórias. Há uma humildade própria que se torna imprescindível para que possamos ter memorias. Saber amar incondicionalmente, não é um acto passível de leviandade. E isso adquire-se com a idade, com as vivências, mas sobretudo com uma capacidade de se entregar totalmente. Nas vagas surpresas que a vida nos traz, sinto que as rugas transmitem o suor, as lágrimas, o desejo e a fé de quem ousou amar, vencer e, mesmo assim, saber perder.

sábado, 22 de maio de 2010

Breves


Um dia vou alcançar tudo o que desejo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Não sinto o peso do mundo nas costas. Porque não carrego sonhos, nem desejos, nem grandes aspirações. É tudo tão frágil, tão egoísta e friável, que não sinto que nada valha sequer a minha esperança. Nem no Homem, nem na Natureza, nem no Amor. Tudo parece não fazer sentido. Tudo muda, e tudo o que devia mudar permanece inquieto, mas quieto. Fui grande e hoje sou pequena. Escondida por entre recordações que já nem um sorriso me roubam. Rolam as lágrimas pelo meu rosto. Marcam o seu caminho por entre um rosto que chega cansado. Cansado de fingir um sorriso, um agrado. Máscara. Máscara que cai quando fecho a porta deste quarto que já não sinto como meu. E agora, pelo tempo e a vida obrigada a aqui permanecer. A minha presença gera confusão, discórdia. A minha ausência gera alívio. Peço perdão.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Isto enfurece-me!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desabafo

Uma pessoa toma uma opção diferente da dos outros e isso passa a ditar aquilo que somos. Quatro anos depois e parece que poucos se deram ao trabalho de ver para além das aparências. Paciência.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Finalista

Sem fitas, sem missa, sem essas coisas. Opções. Que não me arrependo de ter tomado. Mas há sempre momentos que custam mais que outros. Mesmo assim, ganho. Porque apesar de tudo parece que não sou finalista porque ninguém se lembra de tal, deixo aqui o local para quem quiser desejar-me votos de fuga ao desemprego, ou então de muitos anos de azar:). Pronunciem-se:).

Maresias


Eu e o mar
Sozinhos
Voando, sonhando
Criando fantasias de pura maresia.
Construímos muros na água
Escalámos montanhas aquáticas
Pesquei nas suas águas
Refugiei-me no céu.
Vivi atabalhoadamente
Diferente do conveniente
Ao contrário da vida.



Poema demasiado antigo para me conseguir lembrar da data em que o escrevi. Mas que neste momento, faz todo o sentido.

sábado, 17 de abril de 2010

Um dia quero viver um sentimento assim.

sábado, 10 de abril de 2010

Quero o cd do Pedro Abrunho e os Comité Caviar!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ahahahah

Hoje mostraram-me isto e não resisti em colocar aqui.

Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém,
não o faça em alguém seu conhecido. Descarregue em alguém que NÃO conheça.
Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que
tinha de fazer. Encontrei o número e marquei-o. Respondeu um homem que
disse: "Está?"
Educadamente respondi-lhe: "Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a
Sra.Ana Marques, por favor?"
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos: "Vê lá se arranjas a
m*rda do número certo, ó filho da p*ta!" e desligou o telefone.

Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma
coisa destas. Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente
transposto os dois últimos dígitos.

Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu,
gritei-lhe: "És um grande paneleiro!" e desliguei. Escrevi o número dele
juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.
De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia
mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe: "És um paneleiro!" Isso animava-me..
Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu terapêutico
telefonema do "paneleiro" iria acabar. Por isso, liguei-lhe e disse:
"Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o
nosso serviço de identificação de chamadas!"
Ele disse "NÃO!" e bateu o telefone.
De seguida liguei-lhe, e disse: "É porque és um grande paneleiro!"

Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para
estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou
no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.
Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas
ele ignorou-me.
Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei
nota do número de telefone que lá estava.
Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era
melhor telefonar também para o paneleiro do BMW.
Perguntei-lhe: "É o senhor que tem um BMW preto à venda?"
"Sim", disse ele.
"E onde é que o posso ver?", perguntei.
"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É uma casa
amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
"E o senhor chama-se?." perguntei.
"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"
"Estou em casa todos os dias depois das cinco."
"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"
"Diga!"
"És um grande paneleiro!", e desliguei o telefone. Agora, sempre que tinha
um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.
Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.
"Está?"
"És um paneleiro!" (mas não desliguei)
"Ainda estás aí?" ele perguntou.
"Sim", disse-lhe.
"Deixa de me telefonar!" gritou.
"Impede-me", disse eu.
"Quem és tu?" perguntou.
"Chamo-me Alberto Palma", respondi.
"Ah sim? E onde é que moras?"
"Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó
paneleiro. Porquê?
"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.
"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro!" e desliguei.

A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.
"Está?"
"Olá, paneleiro!", disse eu.
Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és..."
"Fazes o quê?" perguntei-lhe.
"Parto-te a tromba!" disse ele.
E eu disse-lhe: "Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora
aí a tua casa, e já vais ver."
Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da Descobertas,
Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs
Que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.
Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo de ver
os dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas da
polícia e uma série de repórteres de TV.

Já me sinto muito melhor.

Gerir a raiva sempre funciona.

Lindo:D

quarta-feira, 31 de março de 2010

Humilhação

É aquilo que os Jornais Nacionais têm oferecido ao nosso País. Após o 25 de Abril de 1974 que nos vemos a par com uma liberdade de expressão que, me perdoem os mais antigos já que falo sem por lá ter passado, me parece que deveríamos voltar aos tempos de Salazar, pelo menos a bem da minha sanidade mental, pois já não aguento mais ver os nossos Jornais cheios de ignorantes armados em cronistas, pessoas que escrevem e opinam denegrindo pessoas, profissões, vidas, sem sequer serem racionais, rectos, informados e, tão pouco, assertivos.
Primeiro, choco-me com um link do Diário de Notícias, onde um tal de João Severino, pessoa que diz que sempre defendeu e lutou lado a lado com os Enfermeiros, ousa falar de algo que não procura sequer conhecer, ousa criticar a nossa profissão de forma ultrajante, denegrindo aquilo que rege o dia-a-dia de um Enfermeiro, o amor pelo próximo, o desejo de ajudar alguém que, por infortúnio da vida se depara em situação de doença e necessitado de cuidados, de certo que não seria pelo dinheiro...
Hoje, chega-me em mãos o jornal Expresso, nas letras muito pouco dignas de um tal Senhor Henrique Raposo. A esta personagem, muito pouco tenho a dizer. Sabe, o trabalho "sujo" de que fala no seu belo texto, cheio de um parafraseado mas que não me convence, vale bem mais do que o chão que sua excelência pisa, por cada fralda que já troquei, cada "rabo" que já limpei... valem bem mais do que a sua índole, um trabalho bem mais dignificante do que o seu, de rabo alapado atrás de uma mesa escrevendo sobre aquilo que não sabe. Deixe-me adivinhar, é filho, marido, amante...de algum/a doutor/a médico/a? Parece-me. Ou então, é eterno frustrado. Não me diga que o seu maior desejo na vida era ganhar tanto e fazer tão pouco como a maior parte dos senhores doutores médicos deste país.
Sabe qual é o meu maior desejo a partir do momento em que li a sua diarreia cerebral? Encontra-lo na cama de um hospital, de preferência em que eu esteja de serviço e sua excelência necessitando de quem lhe troque a fraldinha e lhe limpe o rabinho borrado a condizer com o seu cérebro. Quando passar uns belos dias num Internamento e perceber, que nem vai saber o nome do tal senhor doutor médico que, pensa o senhor, sabe tudo a seu respeito e tudo está a fazer para que melhore a sua saúde, quando perceber que vai depender dos Enfermeiros e dos Auxiliares de Acção Médica, que não haverá doutor médico que lhe valha, pois eles têm mais que fazer do que estar à disposição dos utentes. Tudo isso, fará o senhor dizer que eles são bem mais dignos do que nós. Cada macaco nos seu galho, cada um estuda e desempenha tarefas distintas. O seu galho, decerto, será num qualquer jardim zoológico perto de si, e não denegrindo ainda mais aquilo que se faz em Portugal. Vergonhoso é os Jornais Nacionais descerem tão baixo, permitindo que opiniões deslavadas de qualquer sentido de realidade sejam publicadas.
Bem-hajam. É da forma que não volto a gastar dinheiro a comprar um Jornal.

sábado, 27 de março de 2010

Qual a melhor forma de exprimir o vazio? Como transcrever para palavras, passíveis de serem compreendidas e interpretadas por outrem? Procuro no silêncio, nas lágrimas, na ansiedade, na falsa paz, no perdão... mas nada parece ser suficiente para transmitir e arrancar o peso que sinto no peito. Vergo o meu olhar com vergonha de mostrar que meus olhos estão-se afundando em lágrimas, que o sabor a sal a escorrer pela minha face me cansa a alma e torna os meus dias difíceis de suportar. Já senti este gosto antes. No fundo, sinto que já trilhei este caminho, mas pareço não ter decorado a caminho a seguir, a saída mais próxima para a paz, a felicidade, o viver em vez de sobreviver. As palavras amargas, os gestos infelizes e tristes, os momentos escuros e desgastantes. Senhor, pesa-me a alma que se encontra vazia. Na pressa de chegar, pareço nem sequer partir. Na pressa de esquecer, não consigo sequer contornar. Restam-me a sombra de uns sonhos antigos que não vejo realizados. Como dizer, Senhor? Como fazer entender que preciso de mais... se nada parece passível de ser entendido. O sono que se sobressalta entre apertos no peito e certezas de nada. Esgota-me. Sinto-me fraca e capaz de muito pouco. Não sei como não estar assim. Não sei.

quarta-feira, 24 de março de 2010

The big bang theory


Primeiro estranha-se, depois entranha-se.

E aqui fica o momento memorável de todos os episódios:).

terça-feira, 23 de março de 2010

Homens....

domingo, 21 de março de 2010

Coisas...

Tenho umas quantas fitas de curso para preencher lá em cima da secretária. Não tenho tido inspiração. Aliás, já nem sei bem como ser original, fugir das frases feitas e dos desejos de sempre e para sempre. Ao longo da vida o ser humano necessita de perpetuar acontecimentos, pessoas, sentimentos...esta é só mais uma forma, de recordar, excluir, incluir e marcar a vida e as pessoas. Agora pergunto-me, se não tenho fitas, não vou ter votos de felicidades? Hehe...que giro. A bem da verdade, agarro-me à Santinha e espero que pelo menos Ela me augure algo de bom! Àqueles a quem ainda não devolvi as fitinhas devidamente preenchidas peço desculpa e prometo que em breve tratarei do assunto!:)

Se preferirem podem sempre mandar-me presentes lol eu prometo que os vou interpretar como fitinhas preenchidas:p!

sexta-feira, 12 de março de 2010

I've had enough of love

quarta-feira, 10 de março de 2010

Thought


Let me alone with my wishes,my feelings,my capability of being a great women that you never can find equal.

Patrícia


segunda-feira, 8 de março de 2010

Adele - Hometown Glory

Falta

Falta-me o amor.
Falta-me o respeito.
Falta-me a felicidade plena.
Falta-me preencher este vazio.
Falta-me amar-me.
Falta-me ser mais e melhor.
Falta-me não ter medo.
Falta-me ser orgulhosa.
Falta-me a coragem.

É nas pequenas palavras de seres desconhecidos que mais me sinto gente. Hoje alguém me dizia "se Deus quiser, nós vamos conseguir". Algo aparentemente tão simples mas que ainda me assusta quando aluna solitária tento mostrar que consigo, tornou-se em algo que me fez respirar fundo, tentar, e conseguir. É quando dizem que tenho mãos de fada, que sou excepcional, que tenho um talento nato para as pessoas e que torno os seus dias um pouco mais agradáveis, que me sinto útil. Aí e só aí consigo sentir o meu coração quente. Acho que conseguiria virar costas a tudo neste momento, menos a estas pessoas. E dói. Dói sentir que aqueles que tinham obrigação de nos amar, de nos conhecer, são os que menos me fazem sentir gente. E às vezes a solidão que procuro consigo encontrá-la naqueles quartos tão vazios de vida e saúde. E é naquelas mãos que aperto sem receber resposta, naqueles rostos que não sabem sequer que existo, que busco alento para não desistir. Porque às vezes só sinto vontade de esquecer. Adormecer e esquecer que tenho toda uma vida pela frente.

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu"
Deus sabe, porque o escreveu.


Fernando Pessoa

domingo, 7 de março de 2010

Dona Ligeirinha - Diabo na Cruz




As coisas que eu encontro. Fez-me sorrir:)

sábado, 6 de março de 2010

Mais um Festival da Canção...


E se no ano passado foi escolhida uma música bonita...este ano, temos mais uma aberração. Não tenho nada contra a música ou a cantora, apenas acho que com aquilo nunca alcançaremos bons lugares na Eurovisão. Aquilo não é música de festival. Sinceramente, até sinto vergonha. E o pior...é que vendo bem, não sei se este ano houve alguma música decente a concorrer. Mas pronto...não sou em quem manda...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Rostos


Existem rostos que simplesmente não consigo esquecer. Sorrisos tristes que me apertam o coração e me corrompem a alma. A dor. A dor que sinto no seu olhar. O abandono, a tristeza de uma solidão sentida num leito de morte. E, por mais que tente, simplesmente não consigo esquecer. Não compreendo porque pequenos momentos se tornam tão grandes, como meros estranhos se entranham em mim e agora, na ausência, estranho a sua falta. Porque por vezes sou a "menina tão linda" que lhes segura a mão ou lhes aperta a bochecha e nada, nada mais que isso. E isso já parece tanto e tão mais do que aquilo que algum dia receberam. Assusta-me pensar que um dia poderei ser eu, ali... Sozinha, num qualquer sítio estranho onde nada é nosso. Nem mesmo o respirar. Por vezes sinto que aquilo que um dia fará de mim uma pessoa diferente, será a capacidade de me colocar no lugar do outro. Posso não ser ágil, não ser infalível, nem sequer inteligente. Mas consigo amar em pequenos segundos.

Agora que já passaram alguns dias e que a vergonha de reconhecer passou...posso dizer que o teu sorriso matreiro me fez falta quando regressei àquele quarto. Já ninguém me chama de menina bonita. Descansa em paz*

quinta-feira, 4 de março de 2010

Rita Guerra - Luar



:) Eu só quero...o teu jeito que me enjeita.

terça-feira, 2 de março de 2010

Se a tua luz não te ilumina...


...não tentes apagar a minha.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais um ano



Este...diferente, vazio, tão estranho que nem o sinto como meu.

Obrigada.

Edição: 01/03/2010

Mais uma primeira vez


Há uma primeira vez para tudo na vida. Agora chegou a hora da minha primeira "noite". Pela primeira vez senti-me um peixe fora de água dentro daquele hospital. A escuridão, os barulhos que nem se sabe bem de onde vêm, a ausência de vida... E as intermináveis 10 horas de turno que teimam em não passar. Como todas as experiências, fazem parte da vida, e umas são mais agradáveis que outras. Ao entrar em casa perto das 9h da manhã, senti um cansaço imenso, as pernas já não obedeciam às minhas ordens e o meu cérebro repetia constantemente, fecha os olhos e adormece.
Agora, com o sono todo trocado, e ainda muitas horas por dormir, só penso que amanhã...amanhã...vou fazer noite de novo. E eu que gosto tanto da minha caminha.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Procuro o meu eco...

Reflexões


Duas décadas e dois anos. Quase.
Sou o tipo de pessoa que não esquece as bases dos seus alicerces.
Apegada ao passado, consigo descrever os momentos e as pessoas que me fizeram sentir gente, e que ainda hoje fazem o meu coração chorar de preocupação, carinho e saudade.
Não sei como simplesmente largar o fio condutor que fez de mim a pessoa que sou hoje. Não sei cortar raízes, virar costas e partir.
A vida pode ser descrita como um contínuo processo de aprendizagem. Aprendemos a caminhar, a falar, a sentir, a amar, a lutar...não sei se realmente algum dia aprenderemos a viver, a viver no adeus a quem amamos, no adeus ao que um dia nos fez feliz. Seja pela morte, seja pela ausência, pela distância, pelo rancor e a inimizade. Há muito que sinto falta de um carinho profundo, sincero, presente, constante e, sobretudo, fiel a tudo o que os ventos da vida nos trazem.
A alma fica ausente e presa num qualquer lugar que não o meu corpo. E numa tentativa louca fecho os olhos e tento acreditar que tudo será simples quando voltar à realidade. Que não estarei mais sozinha, no meio de toda esta gente. Quando o que realmente importa não está perto, nada faz sentido. Quando o que realmente amamos, apenas é feliz sem o nosso amor, há um sentimento de impotência e frustração imenso.
Poderia revelar-me segura do que sou, do que desejo. Mas a minha única segurança é a solidão. E essa, não é socialmente aceitável.
No espelho, já não consigo reconhecer quem sou, quem procuro, o que busco. Faltas-me. Falta-me o sorriso, a verdade e a certeza de que depois do temporal, tudo ficaria no lugar onde sempre esteve. Mas já nada está no seu lugar. Não sei se posso reescrever o destino, mas se este for aquele que me calhou na sina, então já o sei de cor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Adoro

Sugam-nos a paciência, devoram-nos os ossos e os músculos, rasgam-nos sorrisos, devolvem-nos a alma, a paz, a vontade de ser mais e melhor, arrancam-nos lágrimas, apertos de mão e, por vezes, até nos atiram um valente "filha da ....".
Nem sempre os dias que trilhamos são iguais aos desenhados a pincel e carvão na nossa mente. Sei-me tantas vezes deturpada em caminhos confusos e estreitos. Perco-me com a facilidade de uma criança que ainda não conhece o chão. A vida permite os ensaios jamais programados do ser gente. A procura e o encontro, entre tantos desvios que culminam num único sentido. Nem sempre é fácil reconhecer a verdade, a dolorosa verdade, de que tudo pode estar nas nossas mãos, menos a nosso própria vida. Dias após dias, tudo vai e tudo vem, tantas vezes pequenas efemeridades que tornam a nossa existência mais suportável e sofrível. Dor nas entranhas, medo, frio, sensação de impotência. Não é fácil… nem sempre é fácil o sorrir desmedido, livre de preocupações ou porquês.

Se neste momento me sinto de alma pesada e coração vazio, amanhã tudo poderá mudar e eu poderei vencer. Amanhã, poderá já não mais chover, o sol poderá brilhar e tu, poderás ver para além do que a vida nos negou. Sei que me perco e me encontro mesmo sem sair destas quatro paredes, rodeada de momentos e recordações. Sinto-me um bicho abandonado e espezinhado. Mas amanhã, poderei ser rainha tal qual gata persa em sua poltrona. Os meus olhos indecisos entre o castanho e o verde podem não fazer perder de amor a mais fraca alma, mas fazem tremer de receio o melhor dos mentirosos.

Estou perder-me em mim mesma.

Faculdade I



O tempo passa. Sinto que está próximo o fim. Quase lhe sinto o gosto, o cheiro. É com ansiedade, com desejo, que o vejo aproximar-se. É a pensar que está próximo que me motivo a continuar. Mas no quadrante superior esquerdo do coração, algo bate forte, muito forte. Ganhei conhecimentos, cresci, conquistei vitórias e encarei várias derrotas, bebi quase até cair para o lado, fiquei sóbria a rir-me dos outros, conheci professores para uma vida, outros para o livro de anedotas, fiz amigos e inimigos, enganei-me e enganaram-me, fui traída, fui assediada, diverti-me a aborreci-me. Aprendi que a melhor parte de se ser Enfermeiro é o carinho que os utentes nos dão. Aprendi que sozinhos não somos nada, nem podemos nada. Acampei pela primeira vez e repeti-o. Descobri que dormir com a João e a Joana é uma bela aventura. Percebi que não sou fácil, nem enquanto pessoa, nem enquanto aluna. Aprendi a estar longe.

Desta viagem, que ainda tem um longo percurso a caminhar, sei que vou levar:

  • Um canudo. Não sei se servirá de muito. Mas vou poder ser a profissional que gostava que tivessem sido para comigo.
  • A Joana. A sua vaca. Os seus porcos. A ovelha choné. A carrinha que ela não sabe conduzir. Os chás no CC. As discussões. As pazes.
  • A João. Predilecção de mulher. As idas ao shop. O arroz. A calma. A vontade de oferecer dois estalos.
  • O meu quarto. Choro. Riso. Concretização. Medo. Frio. Colo. Música. Velas. Incenso. Fotos. Sonho realizado.
  • Desilusões. Todas e mais algumas.
  • Hélder. Riso. Amizade. Diversão. Patetices. Douradinhos. FarmVille.
  • Ana Luísa. Timidez. Crescimento. Boa vontade. Disponibilidade. Compreensão.
  • Leonel. Luta. Coração. Sinceridade. Quis ir mas soube voltar. Cabeça erguida. Força. Vida. Sorrisos.
  • Xots. Noites. Dança. Samba. Reencontros. Pastel de nata. Kripton. Moranguito. Orgasmo. Santos. Joana louca ao vê-lo. Prof dj.
  • Kopos. Olhos fechados. Azevedo. Vodka limão. Wonderwall. Dança. Enfermagem. Escadas.
  • Sofá. Vodka. Sumo. Pernas que não se aguenta de pé.
  • Privacidade.
  • Promessas.
  • Presenças.
  • Visitas.
Um sabor que só eu sei sentir.

02 de Fevereiro de 2010