sexta-feira, 5 de março de 2010

Rostos


Existem rostos que simplesmente não consigo esquecer. Sorrisos tristes que me apertam o coração e me corrompem a alma. A dor. A dor que sinto no seu olhar. O abandono, a tristeza de uma solidão sentida num leito de morte. E, por mais que tente, simplesmente não consigo esquecer. Não compreendo porque pequenos momentos se tornam tão grandes, como meros estranhos se entranham em mim e agora, na ausência, estranho a sua falta. Porque por vezes sou a "menina tão linda" que lhes segura a mão ou lhes aperta a bochecha e nada, nada mais que isso. E isso já parece tanto e tão mais do que aquilo que algum dia receberam. Assusta-me pensar que um dia poderei ser eu, ali... Sozinha, num qualquer sítio estranho onde nada é nosso. Nem mesmo o respirar. Por vezes sinto que aquilo que um dia fará de mim uma pessoa diferente, será a capacidade de me colocar no lugar do outro. Posso não ser ágil, não ser infalível, nem sequer inteligente. Mas consigo amar em pequenos segundos.

Agora que já passaram alguns dias e que a vergonha de reconhecer passou...posso dizer que o teu sorriso matreiro me fez falta quando regressei àquele quarto. Já ninguém me chama de menina bonita. Descansa em paz*

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