sábado, 27 de março de 2010

Qual a melhor forma de exprimir o vazio? Como transcrever para palavras, passíveis de serem compreendidas e interpretadas por outrem? Procuro no silêncio, nas lágrimas, na ansiedade, na falsa paz, no perdão... mas nada parece ser suficiente para transmitir e arrancar o peso que sinto no peito. Vergo o meu olhar com vergonha de mostrar que meus olhos estão-se afundando em lágrimas, que o sabor a sal a escorrer pela minha face me cansa a alma e torna os meus dias difíceis de suportar. Já senti este gosto antes. No fundo, sinto que já trilhei este caminho, mas pareço não ter decorado a caminho a seguir, a saída mais próxima para a paz, a felicidade, o viver em vez de sobreviver. As palavras amargas, os gestos infelizes e tristes, os momentos escuros e desgastantes. Senhor, pesa-me a alma que se encontra vazia. Na pressa de chegar, pareço nem sequer partir. Na pressa de esquecer, não consigo sequer contornar. Restam-me a sombra de uns sonhos antigos que não vejo realizados. Como dizer, Senhor? Como fazer entender que preciso de mais... se nada parece passível de ser entendido. O sono que se sobressalta entre apertos no peito e certezas de nada. Esgota-me. Sinto-me fraca e capaz de muito pouco. Não sei como não estar assim. Não sei.

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