sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sempre tive medo de estar longe, longe da minha zona de conforto, da minha cama, da melguice dos meus pais, da pessoa com quem partilho mais de meia década de chaticesses e felicidade, dos meus amigos que sendo poucos são tão especiais e agora, mas não menos importante, do Martim.
Para muitos pode parecer aterrador e quase difamatório quando eu digo que estar em Coimbra nas minhas circunstâncias é tão desolador e solitário como estar mais longe, como eles estão. Já vai para 3 meses e tal e a verdade é que se está a tornar exaustiva e sufocante esta solidão. O trabalho cansativo por caminhos que diariamente se vão modificando, o chegar a casa e encontrar vazio, silêncio. As pessoas são diferentes e pouco se misturam entre si. É o caso para falar em amigos laborais, pois fora disso não há ninguém. E quando penso, percebo que está tudo longe, e que resto eu, as paredes da casa, a velhinha engraçada com quem vivo e que de vez em quando desaparece, o trabalho, as viagens diárias e as noites mal dormidas. Estou tão ou mais sozinha que muitos que partiram para longe. Talvez não seja fácil perceber, mas no dia em que percebi que já não me aguentava ao ouvir-me a falar para mim mesma, percebi que havia mais vazio do que aquilo que imaginava. E o Martim, que ao ver-me uma vez no mês, olha para mim com os seus olhos que mais parecem azeitonas a tentar lembrar-se de quem sou eu.
As pessoas não foram feitas para estarem sozinhas, o ser humano naturalmente necessita de convívio, de partilha, de comunição. E eu penso em como era feliz ao ver a Joana e a João todos os dias, mesmo nos dias menos bons em que só me apetecia o silêncio, pelo menos elas estavam lá. Ou em como os dias de ócio em que podia ser feliz sem medida, me enchiam o coração. Agora, resumem-se a uns dias no mês em que aproveito para ver toda a gente que posso e contar-lhes as aventuras que diariamente relato a mim mesma. O cérebro não pára de trabalhar porque acho que se parar vou perceber que estou sozinha. E isso assusta.

terça-feira, 15 de março de 2011

Hello Kitty


Serei a única pessoa que se cansa de ver objectos alusivos à gata mais irritante destes tempos? Hoje descobri que agora até há leite achocolatado Hello Kitty. How can it be possible? Já não há pachorra para tanto consumismo absurdo em torno desta gata careira e, diga-se, irritante mesmo sem ter pelo.

domingo, 13 de março de 2011

Ausências


Tenho andado out. Não da vida, não do trabalho, tão pouco do vício da internet. Apenas fora daquela vontade de juntar letrinhas e formar palavrinhas que outros poderão ler, ou que apenas cairão no esquecimento.
Sinto-me a progredir no estado actual que exige que nos tornemos adultos, encaremos a realidade, e trabalhemos para no fim descontarmos praticamente o nosso ordenado. Pior que isso imagino que seja o estar nisto desde Janeiro e ainda não ter sentido o cheiro às notas lindas que serviriam para eu me sustentar e estar mais desafogada. Mas pelo menos já sei que quase 300 euros do meu ordenado vão para descontos. Uau...
Estou cansada. Todos os dias são viagens intermináveis, se não é em trabalho é para ir até à terrinha. Descarregar, acartar, carregar material. Aturar todo o tipo de pessoas e de condições de trabalho. E depois os azares, ai como eles adoram aparecer.
E eu sinto falta daqueles dias em que podia dormir 12 horas seguidas sem medo de não acordar a horas ou na certeza de que mal vou aquecer a cama.
Melhores dias se esperam...que venha o sol para animar a malta!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Apontamentos

Sou a Patrícia. Aquela de sempre. Que como todos os outros seres, sofre mudanças com o passar do tempo. Aprendi a ser mais humilde, a saber ouvir, a não dizer sempre tudo o que penso. Nem sempre consigo. Mas hoje sou também aquela que tem um emprego, que vive numa cidade nova e longe das pessoas que conhece, que aprende a achar alguma piada à nova vida. Mas não consigo partir sem levar o coração apertado com tudo aquilo que, nos dias em que a vida me prende em Coimbra, deixo para trás aqui no meu Douro. Até a minha almofada me faz falta.
Durante as diversas viagens que ao longo deste mês já tive que fazer, dei por mim diversas vezes a pensar nos anos volvidos, nas pessoas que conheci e que vi partir, nos homens por quem me apaixonei e que hoje mal sei deles e daquele que fica para sempre, das amigas que eram de sempre mas que não se tornaram para sempre, na Joana e na João e na saudade que tenho das nossas confidências e dos nossos silêncios.
Acredito que com o tempo tudo rumará a algum lugar. Mas pergunto-me porque existem coisas e pessoas que mudam...que mudam tanto?! Gostava que determinados sentimentos pudessem existir por eles mesmos, sem serem necessárias explicações, comprovações ou mesmo compreensão. Mas as pessoas teimam em querer dizer que há coisas que não conseguem compreender. A verdade, é que eu não fui feita para explicar o porquê daquilo que sinto, mas sim para absorver tudo aquilo que me dão e poder retribuir.
Estou com sono e não sei sequer aquilo que estou a escrever, pois acho que não era sobre isto que eu queria reflectir, mas às vezes quero acreditar que nestas minhas palavras tortas, sem sentido ou rima, "consegue(s)" ler-me.

Bolas...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Começou mal...

...muito mal.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

New beginnings sucks

Amanhã parto para Coimbra.
Amanhã começo a trabalhar no IPS de Coimbra.
Hoje, sinto-me uma miúda mimada pois só sinto vontade de chorar e de ficar. Não quero deixar para trás isto que me tem feito tanto bem. Mas agora sou adulta e parece que tem que ser. E ser adulta é uma merda. "Ter que ser" é outra igual.
Deveria sentir-me feliz, mas não sinto. Mas tem que ser.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Adam Lambert - Whataya Want From Me